O presente livro é oriundo da clínica psicanalítica e de sua interrogação metapsicológica. O autor, considerando a clínica psicanalítica como o ponto de partida de sua pesquisa e na qual toda a reflexão teórica se apóia, encontra a obra de Ferenczi como referência desta primazia da clínica no pensamento psicanalítico. O leitor encontrará neste volume três incursões profundas na obra ferencziana, pormeio dos percursos dos conceitos de introjeção das pulsões, de símbolo e de identificação ao agressor. Nenhuma obra polêmica foi evitada, e a controvertida Talassa foi respeitada pelo autor como central no pensamento ferencziano. Mas Freud e Ferenczi não conheceram a criação do Universo Concentracionário. A hipótese interpretativa deste livro é que a herança dos fundadores da doutrina psicanalítica não pode ser aceita como uma dádiva pelos psicanalistas atuais, tornando-os discípulos ou continuadores. A geração pósAuschwitz está na contingência de recriar ou de refundar a conceptualidade psicanalítica. Os pais da doutrina deixaram indicações; mas cabe à geração pós-Holocausto a tarefa de pensar como um dos destinos do Outro Homem vem a ser o seu extermínio