ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA -
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A Área Metropolitana de Lisboa, localizada no centro-sul de Portugal, engloba 18 municípios divididos pelas duas margens do rio Tejo: a Grande Lisboa, a norte e a Península de Setúbal, a sul. É a área metropolitana mais populosa do país (NUTS III), com 2 812 678 habitantes em 2015, e a segunda região mais populosa (NUTS II), a seguir à Região do Norte. Limita a norte com a Comunidade Intermunicipal do Oeste (Região Centro), a nordeste com a Lezíria do Tejo, a leste com o Alentejo Central e a sul com o Alentejo Litoral, todas estas parte da Região Alentejana. A Área Metropolitana de Lisboa constitui-se formalmente através da lei 44/91 de 2 de agosto, que visava facilitar as necessidades administrativas dos territórios de tipologia urbana e grande densidade populacional. Constitui uma entidade de natureza associativa, portanto procurando a prossecução de interesses comuns dos municípios que a integram.
A Área Metropolitana de Lisboa tem os seus antecedentes em várias estruturas administrativas, sendo a mais antiga e abrangente o alfoz, mais tarde designado termo, referente ao arrabaldes de uma cidade e da qual esta dependia defensiva e economicamente. Este tipo de organização regista-se desde a Idade Média, e as suas origens residem nas unidades administrativas romanas. As primeiras descrições referentes ao termo de Lisboa datam do século VIII, produzidas aquando do reinado de Abderramão III.
Termo de Lisboa após o redimensionamento de 1495.
Na região de Lisboa, no século XII, existiam quatro grandes divisões administrativas: Lisboa, Sintra, Almada e Palmela, com os seus respetivos termos. O termo lisboeta compreendia os territórios entre Monte Agraço, a norte e Oeiras, a ocidente. A estas unidades juntavam-se outras, mais periféricas, como Torres Vedras e Alenquer. O desenvolvimento demográfico, económico e social vindouro causou a fragmentação destas unidades em concelhos mais pequenos, com um período de exceção em 1384/1385, ano no qual os termos e lugares entre Torres Vedras e Sintra bem como desde Alenquer à capital seriam anexados temporariamente a Lisboa por ordem de D. João I, «em recompensa de serviços prestados à Nação e à Realeza», e abrangendo assim a maior parte da área atual do Distrito de Lisboa:
Os mais antigos documentos de que temos conhecimento em que se faz referência ao termo de Lisboa, são as quatro cartas das doações feitas, logo no princípio do seu reinado, por D. João I à Cidade – como gratidão pelos serviços, que lhe prestou, auxiliando-o na libertação do jugo que Castela queria impor ao reino e na sua elevação à realeza – das Vilas seguintes e seus Termos, para fazerem parte do Termo de Lisboa: a)- Em seis de Setembro: a Vila de Sintra, com todos os seus Termos e aldeias, vindo pela beira-mar até Lisboa; b)- Em 7 de Setembro: da Vila de Torres Vedras, com todos os seus Termos e aldeias, até à cidade; c)- Em sete de Setembro: da Vila de Alenquer, com todos os seus Termos e aldeias, ao longo do Tejo, até à cidade; d)- Em 8 de Setembro: de Vila-Verde, Colares, Ericeira e Mafra, bem como de todos os outros lugares que são desde o Termo de Alenquer até à dita cidade de Lisboa assim como vai o rio Tejo, e que são desde o Termo de Torres Vedras até à dita cidade, e desde Sintra até essa mesma cidade, assim como vai à beira do mar. Estas doações transformaram em Termo de Lisboa todo o território do Reino compreendido entre o Oceano Atlântico por oeste; o mesmo Oceano e o rio Tejo, pelo sul, o mesmo rio por leste; e limitado ao norte, talvez, pelo rio de Alcabrichel, do lado do Oceano, e pela ribeira da Ota do lado do Tejo.
Porém, no século XVI, a tendência para esta fragmentação prossegue, e surgem dezoito novos concelhos (onze a norte do Tejo e sete a sul), cada um com o seu termo. Até ao Liberalismo, este número aumentaria para um total de trinta e um concelhos, resultado sobretudo dos interesses das classes mais altas e não de fatores demográficos ou económicos. Em meados do século XVII, o território da cidade de Lisboa estendia-se desde Vialonga, a norte, até Oeiras, a oeste, englobando pelo caminho Bucelas, Santiago dos Velhos, Lousa Pequena, Monte Agraço, Santo Estêvão das Galés, Albogas e Barcarena. Mais tarde, no século XVIII, a rainha D. Maria I ordena a construção de dois obeliscos ou padrões na Estrada Real com o propósito de assinalar a fronteira entre os territórios da capital e os ribatejanos, à entrada de Alverca, no lugar da Verdelha, que ainda hoje se conservam e são classificados como Imóvel de Interesse Público. As reformas introduzidas com o novo sistema político, principalmente em 1836 e 1855, vêem a reversão desta tendência e a extinção dos termos. Assim, são extintos 16 concelhos confinantes a Lisboa, incluíndo o da própria capital, mas criados outros três: Belém, Olivais e Seixal.
As reformas administrativas subsequentes são escassas e limitam-se à integração dos concelhos de Belém e parte dos Olivais em Lisboa, dando origem ao novo concelho de Lores, e ao restabelecimento da Moita e Sobral de Monte Agraço como entidades autónomas. Já no século XX é restaurado o concelho de Palmela, em 1926. Em meados dos anos 60 verificam-se os primeiros passos na organização supramunicipal da região através da elaboração do Plano Diretor da Região de Lisboa em 1964. Derivado sobretudo da pressão demográfica crescente da Região de Lisboa, pretendia uma maior coordenação dos planos locais de urbanização, bem como a correção de problemas derivados da expansão caótica da malha urbana. Apesar de nunca ter sido concretizado, propostas como a Travessia Ferroviária do Tejo, a CREL e a CRIL, nele contempladas, foram mais tarde realizadas. Na década seguinte surge o concelho da Amadora, que em 1979 deixa de fazer parte do concelho de Oeiras.